A construtora demarcou a área com cercas e arames, alegando ser sua propriedade. Mais de 300 manifestantes derrubaram em seguida a marcação e protestaram (Foto: Renato Araújo)
O dia no Setor Noroeste amanheceu com pancadaria. Por volta das 6 da manhã, estudantes, índios e ambientalistas realizaram protesto no Setor Noroeste, por conta da construção de imóveis no local conhecido como Santuário dos Pajés, impedindo a passagem de tratores.
Na tentativa de parar os veículos, uma estudante entrou em confronto com seguranças da construtora. A imagem foi transmitida ao vivo pela TV Record. Após o incidente, seis viaturas e 31 policiais da Polícia Militar, além de carros da Polícia Federal, estiveram no local para garantir a segurança.
Uma pessoa acabou sendo detida por agressão e outra por invasão de propriedade. Ambas foram levadas para a 2ª Delegacia de Polícia para prestar esclarecimentos e liberadas. Posteriomente, estiveram no Instituto Médico Legal para realizar exames de corpo de delito.
O pedido é que o local, habitado atualmente pelos índios, seja preservado. "Diversos segmentos da sociedade querem manter o último pedaço de espaço que pertence aos índios. E nós faremos tudo para que isto aconteça", afirmou Diogo Ramalho, coordenador de comunicação do Movimento de Defesa do Santuário.
A cacique da tribo Xoko, Tanoné Kariri, de 57 anos, explicou qual a posição dos índios sobre a situação. "Até ontem quarta-feira), a nossa situação era uma. Hoje, eu recebi um aviso para poder ajudar o irmão e a gente vai trazer o nosso pessoal pra dar força porque a gente não pode abandonar o irmão", explicou.
Por volta das 11 da manhã, o Procurador-Geral da Funai, Antônio Marcos Salmeirão, juntamente com representantes das Polícias Militar, Civil e Federal e dos índios, se reuniram para tentar chegar a um entendimento. Após a conversa, foi determinado que as obras ficarão suspensas neste final de semana até que uma solução seja encontrada.
A Brasal Construtora, por meio de nota oficial, lamentou o incidente e afirmou que a área da comunidade indígena, se restringe à 4,1 hectares, o que permite a realização das obras.
Vale lembrar que, nesta quinta-feira (13), a construtora demarcou a área com cercas e arames, alegando ser sua propriedade. Os manifestantes, em número aproximado de 300, derrubaram em seguida a marcação.
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